Finance / Mercado de Capitais | 5 Questões-Chave Sobre Emissão de Títulos Verdes (Green Bonds)

A captação de recursos por empresas no Brasil através da emissão de Títulos Verdes (Green Bonds) cresceu 52% de 2019 para 2020, e já ultrapassou R$ 4 bilhões em 2021. 

Títulos Verdes são títulos de renda fixa utilizados por empresas para captar recursos com o objetivo de desenvolver projetos ou ativos (ou refinanciar aqueles já existentes) que tenham impacto positivo ao meio ambiente. 

Por seu potencial no agronegócio, energia renovável e infraestrutura, o Brasil tem potencial de ser um dos maiores mercados globais de Títulos Verdes. 

Entenda abaixo o processo de emissão em 5 pontos: 

1. Quem Pode Emitir Títulos Verdes: empresas do agronegócio, cooperativas, fornecedores de insumos, tradings, distribuidores, empresas de energia e infraestrutura, instituições financeiras, entre outros. 

2. Quais Projetos São Financiáveis: são exemplos projetos de agricultura e pecuária sustentável, energia renovável e eficiência energética, infraestrutura, transporte limpo, tratamento de recursos hídricos, desenvolvimento de produtos e processos eficientes. 

3. Quais Instrumentos Financeiros São Utilizados: as captações no mercado brasileiro têm sido realizadas nos últimos 5 anos através de (i) emissão de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), (ii) Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), (iii) Debêntures, (iv) Debêntures incentivadas de infraestrutura, (v) Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e (vi) Notas Promissórias. 

Os Títulos Verdes acima são direcionados a investidores do mercado de capitais, sejam eles qualificados, profissionais ou de varejo, conforme as características e porte da emissão. 

Além de Títulos Verdes, é possível captar recursos verdes por meio também de linhas de crédito, chamadas de Empréstimos Verdes (Green Finance), tomadas com instituições financeiras e fundos. 

4. Quais São os Benefícios Para o Emissor de Títulos Verdes: destacamos 2 principais vantagens: (i) diversificação e ampliação da base de financiadores, por meio de novos investidores, como fundos sustentáveis, e investidores que compram de Títulos Verdes, e (ii) ganhos reputacionais, com o reconhecimento de que o emissor é comprometido com a conservação do meio ambiente e com a mitigação e prevenção dos riscos originados pelas mudanças climáticas. 

5. Quais São as Etapas do Processo de Emissão: (i) Estruturação: emissor identifica potencial projeto que cumpra os requisitos do critério setorial para estruturação do Título Verde, e contrata instituição que coordenará a emissão para definir o valor a ser captado, prazo e custos da operação, quais investidores serão alvo da emissão e se haverá interessados; (ii) Verificação: emissor deverá contratar uma empresa terceirizada (Verificador) para realizar relatório confirmando que o projeto atende aos critérios de exigibilidade para ser considerado “verde”; (iii) Emissão de Certificado Verde: o Emissor submeterá o relatório do Verificador para uma empresa de certificação internacional, como a Climate Bonds Iniciative, que emitirá uma Certificação pré-emissão do Título Verde; (iv) Emissão do Título Verde: o Emissor emitir o Título Verde para aquisição pelos investidores-alvo; e (v) Compliance Pós-Emissão: Emissor deverá elaborar e disponibilizar relatório anual da evolução do projeto e atendimento aos critérios. 

Pelo potencial do agronegócio, energias renováveis e infraestrutura, o Brasil será um dos líderes em Títulos Verdes nos próximos anos, a medida que mais emissores e investidores conheçam esta opção de captação, os benefícios ao meio ambiente e reputacionais.

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