Na última semana, o Banco Central (BACEN) decidiu desligar a atual plataforma DLT (distributed ledger technology) do DREX, motivado pela falta de maturidade da tecnologia para resolver problemas de privacidade e segurança, além dos altos custos de compliance e de manutenção da infraestrutura.
A decisão ratifica o compromisso do BACEN com os padrões altos aplicados ao sistema de pagamentos brasileiro (SPB) e, ao mesmo tempo, sinaliza um forte potencial de entrada no mercado às soluções com stablecoins.
Destacamos abaixo 3 pontos chave sobre o desligamento da plataforma do DREX pelo BACEN:
1. Avanços Insuficientes da Tecnologia: Depois de 4 anos de desenvolvimento, o Real Digital, projeto de CBDC (central bank digital currency) do BACEN foi encerrado, com o desligamento da atual infraestrutura DLT sobre a qual ele vinha sendo construído.
2. O Projeto do DREX Segue Ativo: Desde agosto deste ano o BACEN já havia anunciado que abandonaria a atual plataforma DLT do DREX até o final da fase 02 do projeto. A fase 03, que se inicia em janeiro de 2026, será conduzida em outra plataforma, que ainda não foi anunciada.
3. Grande Abertura às Stablecoins: Stablecoins são criptomoedas com lastro 1:1 em algum outro ativo (especialmente moeda fiat, commodities, ouro ou prata). Como representações virtuais e programáveis do ativo base, elas têm alto potencial para otimizar transações como as de forex, além de promover inovações em operações que, atualmente, têm alto custo operacional e de compliance em sua liquidação, como emissões de títulos de dívida.
O desligamento da plataforma do DREX dá força às soluções com stablecoins, que já estão em testes e possuem diversos casos de uso bem-sucedidos. FIDCs tokenizados, tokenização de debêntures, e até câmbio (movido pelas inovações da consulta pública n. 124/2025 do BACEN sobre eFX) são alguns exemplos.
O mercado espera que, ainda em 2025, o BACEN traga propostas de regulamentação às stablecoins. Ao mesmo tempo, os estudos do DREX seguirão avançando em 2026. Estes movimentos exigem constante monitoramento e proatividade do setor financeiro, tanto para sua proteção, quanto para obtenção de vantagens competitivas.
