O mercado internacional de Green Finance (ou Financiamento Verde) ultrapassou a barreira de US$ 1 trilhão e o Brasil deverá ter um share grande dele por sua relevância no agronegócio.
Green Finance trata de instrumentos de captação de recursos, nacionais ou internacionais, para financiamento de projetos certificados que tenham impacto ambiental e climáticos positivos.
No Brasil, o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) será um dos principais meios de acesso ao mercado de Green Finance. Ainda mais com a nova Lei do Agro (13.986), que autorizou a emissão de CRAs em moeda estrangeira.
CRAs representam hoje um dos principais instrumentos de mercado de capitais disponíveis para empresas do agro para captação de recursos por meio de oferta pública com ou sem esforços restritos registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No primeiro semestre de 2020, foram emitidos R$ 5,8 bilhões desses títulos em reais.
Como valor mobiliário securitizável, CRAs são lastreados em contratos ou CPRs (Cédula de Produto Rural) que representem um direito creditório da empresa cedente.
A Lei do Agro passou a permitir a emissão de CPR com variação cambial que, por consequência, viabiliza a emissão de CRA com lastro nesses recebíveis atrelados a moeda estrangeira, o que dará acesso a investidores institucionais, fundos e bancos estrangeiros que só podem adquirir títulos em dólar.
Fato é que com o crescimento do mercado internacional de Green Finance e a introdução de CRAs em dólar, empresas da cadeia de agro terão novas opções de financiadores para seus projetos que tenham impacto ambiental e climáticos positivos.
